Mudanças de moeda no Brasil
O Brasil já teve
9 moedas. Do real (singular de réis), cujo símbolo era simplesmente a letra R e
que vigorou do período colonial até outubro de 1833, ao real de FHC – R$ -, o
brasileiro enfrentou a temida hiperinflação e a angustiante turbulência da recessão.
Foram 6 planos econômicos só nos últimos 25 anos. Todos eles tiveram a mesma
finalidade: controlar o faminto dragão da inflação. Os 5 primeiros falharam. O
Plano Real permanece em vigor, mas tem pela frente uma série de desafios, para
que o país consiga navegar em águas calmas.
O primeiro
dinheiro a circular no Brasil foi a moeda-mercadoria, que foi o açúcar, que em 1614 passou a
valer como dinheiro por ordem do governador Constantino Menelau. As
primeiras moedas metálicas – de ouro, prata e cobre – chegaram com o início da
colonização portuguesa. A moeda portuguesa, o real, foi usada no Brasil durante
todo o Período Colonial. Assim, tudo se contava em réis – plural popular de
real.
Como
vimos acima, nossa moeda sofreu muitas variações de nomes e símbolos, mudanças
necessárias para a implantação de Planos Econômicos para que se pudesse ao
menos temporariamente conter a inflação, o que de fato só foi realmente
controlada depois de muitos planos econômicos e com a introdução do Plano Real
em julho de 1994.
Para melhor
entendermos os nomes das muitas moedas brasileiras, segue abaixo um quadro com
as datas em que os Planos econômicos foram adotados e a consequência do mesmo
na moeda:
Brasil - Resumo
dos Principais Planos Econmicos e seus Resultados - 1986/1994
|
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Plano
|
Principais
Medidas
|
Resultados
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Cruzado -
Fevereiro de 1986
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Congelamento
geral de preços e salários;
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Preços,
salários e taxa de câmbio ficaram estáveis por 6 meses;
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Desindexação da
Economia;
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Crescimento
momentâneo do PIB;
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Ausência
de controle monetário e fiscal;
|
Crise na Balança de
Pagamentos;
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Criação
de nova moeda com corte de 3 zeros: cruzado.
|
Deterioração das
expectativas dos agentes acerca de novas medidas.
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Bresser - Junho
de 1987
|
Congelamento
geral de preços e
salários;
|
Preços e salários
ficaram estáveis por 3 meses;
|
Tentaiva de
ajuste fiscal;
|
Fracasso no
ajuste fiscal;
|
|
Tentativa de redução
da dívida externa.
|
Fracasso na
negociação da Dívida Externa;
|
|
Pol¡tica
monetária descontrolada;
|
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Recessção;
Superavit comercial.
|
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Verão - Janeiro
de 1989
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Congelamento
geral de preços , salários e câmbio;
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Preços e salários
ficaram estáveis por 2 meses;
|
Taxas de juros
altas;
|
Política
monetária entra em descontrole;
|
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Nova tentaiva de
ajuste fiscal;
|
Novo fracasso na
tentativa de controle fiscal;
|
|
Desindexação
parcial;
|
Diminuição
do Superavit Comercial;
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Criação
do Cruzado Novo com corte de 3 zeros.
|
Calote da dívida
externa;
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|
Introdução
de indexação diária;
|
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Hiperinflação.
|
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Collor I - Março de
1990
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Novo controle de
preços e salários;
|
Preços e salários
ficam estáveis por 2 meses;
|
Confisco das
Contas bancárias;
|
Política
monetária expansionista;
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Taxa de câmbio
apreciada;
|
Ajuste fiscal
curto e ineficiente;
|
|
Ajuste fiscal;
|
Fraca performance
da balança
comercial;
|
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Reintroduzido o
Cruzeiro mantendol a paridade da moeda
|
Recessão;
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Suspensão dos
pagamentos da dívida externa;
|
Deteriorização da
estabilização monetária.
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Desindexação dos
salários.
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Collor II -
Fevereiro de 1991
|
Controle de Preços e
salários;
|
Preços e salários
seguiram estáveis por 3 meses;
|
Desindexação;
|
Criação de uma
taxa de indexação usada nos contratos;
|
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Ajuste das
tarifas públicas;
|
Deterioração
das tarifas públicas.
|
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Redução
das alíquotas de importação.
|
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Real - Março/Julho
1994
|
Renegociação
da Dívida externa;
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Forte queda da
inflação;
|
Criado indexador
pela variação US$/URV;
|
Insersção das
classes C e D no mercado consumidor;
|
|
Conversão do
Cruzeiro Novo em Real pela URV;
|
Remonetização e
aquecimento da economia;
|
|
Preços e
salários livres;
|
Forte deterioração
da balança comercial;
|
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Salário mínimo
reajustado 1 vez por ano
|
Aumento dos
gastos públicos;
|
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Política cambial
passa para um sistema de bandas
|
Fim do imposto
inflacionário;
|
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Abertura
comercial ampla;
|
Fragilização
do sistema bancário.
|
|
Aceleração
do processo de privatização;
|
||
Reserva
internacional com lastro para nova moeda;
|
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Implementado o
sistema de metas monetárias;
|
||
Proibição
de indexação de contratos por prazo inferior a 1 ano.
|
Fonte: Conjuntura Econômica - novembro/1997
Tabela de conversão das moedas com as
mudanças dos padrões monetários brasileiros.
UNIDADE MONETÁRIA
|
PERÍODO DE
VIGÊNCIA
|
SÍMBOLO
|
CORRESPONDÊNCIA
|
Real (Plural = Réis)
|
Período colonial
até
7/10/1833
|
R
|
R 1$2000 = 1/8 de
ouro de 22 k
|
Mil Réis
|
8/10/1833 a
31/10/1942
|
R$
|
Rs 2$500 = 1/8 de
ouro de 22 k.
|
Cruzeiro
|
1/11/1942 a
30/11/1964
|
Cr$
|
Cr$ 1,00 = Rs
1$000
|
Cruzeiro
(eliminados os centavos)
|
1/12/1964 a
12/2/1967
|
Cr$
|
Cr$ 1 = Cr$ 1,00
|
Cruzeiro Novo
(volta dos centavos)
|
13/2/1967 a
14/5/1970
|
NCr$
|
NCr$ 1,00 = Cr$
1.000
|
Cruzeiro
|
15/5/1970 a
14/8/1984
|
Cr$
|
Cr$ 1,00 = NCr$
1,00
|
Cruzeiro
(eliminados os centavos)
|
15/8/1984 a
27/2/1986
|
Cr$
|
Cr$ 1 = Cr$ 1,00
|
Cruzado (volta
dos centavos)
|
28/2/1986 a
15/1/1989
|
Cz$
|
Cz$ 1,00 = Cr$
1.000
|
Cruzado Novo
|
16/1/1989 a
15/3/1990
|
NCz$
|
NCz$ 1,00 = Cz$
1.000,00
|
Cruzeiro
|
16/03/1990 a
31/7/1993
|
Cr$
|
Cr $ 1,00 = NCz$
1,00
|
Cruzeiro Real
|
1/8/1993 a
30/6/1994
|
CR$
|
CR$ 1,00 = Cr$
1.000,00
|
Real (plural =
Reais)
|
A partir de
1/7/1994
|
R$
|
R$ 1,00 = Cr$
2.750,00
|
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