segunda-feira, 12 de agosto de 2013

estrategias de armazenagem

ARMAZENAGEM – uma estratégia importante


Muitas das oportunidades de aumento da lucratividade de uma empresa e da eficiência do seu sistema logístico e da cadeia de suprimentos onde está inserida é a função de Administração de Materiais, mais especificamente àquelas atividades de estocar e armazenar materiais, normalmente chamada de armazenamento de produtos.

A atividade logística de armazenagem refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. A armazenagem e manuseio de mercadorias são então, componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas. Os seus custos podem absorver de 12% a 40% das despesas logísticas de uma empresa. Ao contrário do transporte, que ocorre entre locais e tempos diferentes, a armazenagem e o manuseio de materiais acontece na grande maioria das vezes, em algumas localidades fixadas. Portanto, os custos destas atividades estão intimamente associados à seleção destes locais. 

Assim, a armazenagem está envolvida em problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, projeto de docas ou baias de atracação e a configuração do armazém.

É interessante estabelecer o conceito racional dos termos estocagem e armazenagem que são normalmente confundidos e trocados na prática, pois são freqüentemente usados para identificar coisas semelhantes, mas, muitos estudiosos preferem distinguir os dois. Em essência, a armazenagem é a denominação genérica e ampla que inclui todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e a distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, CDs, etc...) enquanto estocagem é uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e o ponto destinado à locação estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos de estocagem, que é uma parte da armazenagem.

As razões básicas para que uma empresa utilize um armazém nas suas operações, podem ser sintetizadas em alguns dos argumentos a seguir: Redução de custos de transporte e produção (os custos de produção e transportes são reduzidos pelo efeito de escala - quanto mais se produz e se transporta, menores são os custos); Coordenação entre a oferta e a demanda (empresas com produção sazonal e demanda constante do mercado e, produtos com demanda sazonal e produção constante; oscilação constante de preços em mercadorias do tipo “commodities”); Efeitos do mercado (a armazenagem de mercadorias próxima dos pontos de consumo pode ser um diferencial competitivo para atendimento rápido dos clientes; a oportunidade de ganhos especulativos, tanto nas compras como nas vendas, pode ser aproveitada se houver armazém disponível); Equilíbrio no processo produtivo (as diferentes capacidades dos centros produtivos de uma fábrica, muitas vezes dificultam a determinação de um volume ótimo de produção; o estabelecimento do volume mínimo de estoques em processo, ao longo dos diversos centros de produção pode permitir a máxima utilização destes centros produtivos de forma equilibrada; desta forma, tem-se o volume ótimo de produção para cada tipo de mercadoria); Continuidade de produção (o custo de uma parada de produção por falta de insumos ou aumento brusco da demanda pode ser decisivo na lucratividade da empresa; a forma de evitar a insegurança nos fornecedores ou a incerteza de aumento da demanda é a adoção de uma política de estoques mínimos). 

Assim, o processo logístico tem por fundamento básico o fluxo de materiais entre os diversos pontos da sua rede. Nestes pontos de transição de um fluxo para outro, entre fornecedor e produção, produção e distribuição física, surge à necessidade de se manter os materiais ou produtos armazenados por algum período de tempo. 

Este tempo pode ser muito curto, necessário somente para a conferência, triagem e posterior reembarque da mercadoria, ou pode ser por um longo período que atenda a uma demanda sazonal. Nestes pontos de interface logística dos fluxos físicos de materiais dentro da rede logística é que se localizam os diversos tipos de instalações destinadas à armazenagem. Por exemplo, armazém de uma loja de varejo, de uma indústria, um depósito de minério de uma siderúrgica, um porto marítimo ou mesmo um centro de distribuição de produtos de consumo.

Atualmente os armazéns desempenham um papel fundamental no fluxo logístico, representando componente crítico do diferencial competitivo da empresa. Para tanto, a partir dos anos 70 foi dada maior atenção ao fluxo eficiente dos armazéns revendo-se todos os aspectos de movimentação, manuseio e estocagem. 
A partir dos anos 80, foi introduzida a mecanização, através de equipamentos especiais de movimentação e manuseio e, novas concepções de instalações para permitir armazenagem com alto grau de eficiência e redução de custos.

A tecnologia da informação, a partir dos anos 90, proporcionou um aumento substancial de eficiência nas operações do armazém, através da flexibilidade de planejamento e controle das funções básicas executadas com grande precisão e velocidade, promovendo assim redução do custo global de operação.

De uma maneira geral é possível escrever que uma empresa pode utilizar um armazém para desempenhar uma das seguintes funções: abrigar mercadorias - esta função talvez seja a mais tradicional quando se pensa em armazém, pois teve sua origem no desequilíbrio natural entre oferta e demanda; assim, utiliza-se um armazém para abrigar as mercadorias produzidas através de lotes econômicos destinadas a mercados sazonais. Consolidação de cargas - a consolidação de cargas é uma vantagem econômica intrínseca da armazenagem, pelo fato de receber cargas de várias origens e poder enviar a um único destino utilizando veículos mais econômicos e reduzindo congestionamento na descarga; tudo isto gera eficiência e reduz custo na cadeia logística. Transbordo e transferência - uma das formas mais difundidas do uso de armazém é a desagregação ou fracionamento de grandes quantidades de mercadorias em quantidades menores para atender a demanda dos clientes (função oposta à consolidação de cargas). 

Atender pequenos clientes é mais econômico a partir de um armazém específico de transferência, pois o frete de distribuição final será menor. Fracionamento de granéis - esta operação é uma utilização especial do armazém que requer instalações específicas que reproduzam uma etapa final de produção; dependendo do processo produtivo, é mais econômico fazer o fracionamento do produto para atendimento de pequenos pedidos de clientes, num local próximo a estes clientes; desta forma, transfere-se para um armazém o produto a granel e neste local se executa o fracionamento de acordo com os pedidos dos clientes. Transit Point - As instalações do tipo Transit Point são bastante similares aos centros de distribuição avançados, mas não têm estoques. 

O transit point é localizado de forma a atender uma determinada área de mercado, distante dos armazéns centrais e, opera como uma instalação de passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a clientes individuais. Cross Docking - as instalações do tipo cross docking operam com o mesmo formato que os transit points, mas se caracterizam por envolver múltiplos fornecedores atendendo clientes comuns. Nesta estratégia, as carretas completas chegam de múltiplos fornecedores às instalações do CD e então se inicia um processo de separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da área de recebimento para a área de expedição. Merge in transit - é uma extensão do conceito de cross docking combinado ao sistema de Just inTime (JIT). 

Ele tem sido aplicado a distribuição de produtos de alto valor agregado, formado por multi-componentes que têm suas partes produzidas em diferentes plantas (fábricas) especializadas. Um exemplo claro é o das estações de trabalhos, formadas por CPUs, monitores e teclados. 

Em síntese é possível entender, pelo exposto acima que, um armazém, cumpre além de seu papel fundamental de manter e mover materiais, muitas outras funções fazendo parte hoje da estratégia da empresa em sua busca por diferenciação e melhores performances no meio ambiente empresarial. 

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