sexta-feira, 24 de maio de 2013

pratica de gerenciamento de estoque

Melhores Práticas na Gestão de Estoques 

Os estoques são, sem dúvida alguma, uma das maiores preocupações das empresas, especialmente do Gerente de Logística ou Supply Chain. 

Ao sobrar, existe a preocupação com a possível obsolescência dos produtos ou materiais e com a falta de espaço físico e dificuldades de movimentação interna decorrentes de seu excesso; ao faltar, gera estresse e “caça às bruxas” devido à provável parada nas linhas produtivas ou a impossibilidade de não atendimento aos pedidos dos Clientes e perda de market share.

Estoques custam caro. Além do impacto financeiro (o custo de oportunidade medido a partir da taxa mínima de atratividade adotada pela empresa), estoques também causam custos operacionais, relacionados à sua movimentação e estocagem. Esses custos, se somados, representarão uma importante fatia da receita de vendas da empresa. Especialistas estimam que o custo de manter estoques (inventory holding costs) atinja ao redor de 20% a 25% do valor do estoque médio anual das empresas. Lembre-se que apenas o custo de oportunidade pode representar de 12% a 20% ao ano, variando conforme a empresa. 

Na logística de abastecimento (inbound), a falta de matérias-primas poderá acarretar a parada de linhas produtivas, significando milhões de reais de prejuízo, além da necessidade de horas-extras para recuperar o atraso no programa de produção. 

Falhas na gestão de estoques de produtos acabados (outbound) poderão desencadear uma indesejável reação em cadeia, que começará por pedidos atrasados, podendo evoluir para vendas perdidas, e pior, culminar na perda definitiva de Clientes. Normalmente esses custos são medidos a partir da margem de contribuição do volume de vendas “perdido” pela indisponibilidade de estoque. 

As conseqüências ‘desastrosas’ da má gestão de estoques têm origem no planejamento de vendas e produção na maioria esmagadora dos casos. Este é um problema extremamente complexo, que envolve aspectos estratégicos, táticos e operacionais da companhia, mas muitas vezes o problema é anterior, originado na área de Marketing, que na ânsia e na cobrança por inovar e ocupar nichos específicos de mercado, exagera no lançamento de novos produtos, que na sua grande maioria, se transformarão em fracassos de venda, mas que impactarão fortemente na complexidade de toda a cadeia logística. 

A única certeza que temos a respeito do planejamento de vendas é que ela irá FALHAR; apenas não sabemos o quanto e nem em que sentido, se para cima ou para baixo. Quanto maior a quantidade de itens, mais provável que existam erros na previsão de vendas. 

Um modelo eficaz de gestão de estoques precisa saber lidar com isso, amortizando diferenças no caso de vendas acima do estimado através do uso adequado do conceito de estoques de segurança, que deve dar um tratamento estatístico à variabilidade da demanda e do lead-time dos Fornecedores ou do processo produtivo. 

A gestão de estoques também precisa estar capacitada para minimizar os impactos decorrentes da sobra de estoques, através da ação rápida e efetiva da “tropa de choque” da logística. De um lado os analistas de estoque deverão estar alerta, cobrando a área comercial sobre os altos níveis de estoques e risco de obsolescência de determinados itens. Na outra ponta, o pessoal do armazém adotando iniciativas internas, buscando minimizar o efeito negativo do aumento dos estoques de slow movers (itens de baixo giro) e a possibilidade da formação de estoques de no movers (itens sem movimentação ou obsoletos). 

Vivemos a era da “CCCização” dos armazéns, em grande parte ocasionada pela agressiva atuação da área de Marketing, pressionada para desenvolver e lançar novos produtos, que ao longo de sua curta existência deverão se comportar como itens CCC, ou seja, de baixo volume, baixo giro e baixa popularidade. Esse processo lento e gradual produzirá enormes dificuldades na questão do aproveitamento do espaço físico horizontal e vertical, na produtividade da operação de separação de pedidos, na unitização das cargas, no inventário físico e em dificuldades na rotatividade dos estoques. Esses fatores demandarão maiores investimentos em tecnologia da informação (principalmente softwares WMS, código de barras e radiofreqüência), qualificação da equipe, revisão de processos e a adequação do layout à nova realidade operacional, incluindo a aquisição de estruturas de estocagem e picking diferenciadas, além dos equipamentos de movimentação correspondentes. 

Na outra ponta, a área produtiva, buscando um modelo de manufatura enxuta, baseada nos conceitos desenvolvidos pela Toyota, enfatizando a redução de desperdícios, dentre os quais o principal é os estoques. 

Nas trincheiras do mercado, a área Comercial, ávida por vender mais, continuará pressionando pela disponibilidade de estoques. 

E no meio de tudo isso, a área de Logística, cobrada por entregar o produto certo, no prazo certo, ao Cliente certo, na qualidade certa a um custo competitivo. 

Continuará sendo mais fácil justificar os porquês dos erros na previsão de vendas alegando motivos relacionados ao mercado do que as falhas na gestão de estoques, por isso, esta última precisará ser aprimorada cada vez mais. 

A “briga” promete esquentar nos próximos anos. Enquanto não existe um consenso sobre o modelo ideal ou ponto de equilíbrio desse sistema, continuará cabendo à logística a incrível e estressante missão de gerenciar os estoques.

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